terça-feira, 2 de junho de 2009

Cotidiano fragmentado

Um vazio predomina o meu ser, não há nada que faça eu me sentir viva novamente;
Tudo me soa nostálgico e perfeito, me sinto sufocada, engasgada como alguém que tenta respirar embaixo d'agua, ou como num pesadelo, onde não se consegue acordar;
É num misto de impotência e frustração, vou tentando esperançosamente transmitir essa agonia constante, tentando transformar em palavras tudo o que me vem a cabeça, tudo o que sinto, tudo o que me frustra...
Mas as palavras insistem em escapar!!
Fogem de mim como areia escapando por entre os dedos das mãos!!
Tudo me tira a atenção, inclusive aquele mosquito que entrou pela janela da sala, e que fica rodeando a lampada á procura de calor...
Por falar nisso, estou com muito frio, olho para a janela, que está a meio metro do sofá, mas não tenho coragem de me levantar para fechá-la...
Hã! tudo me faz perder o fio da meada...
Tudo isso por falta do que pensar...
Olho uma foto antiga, daquelas que agente esquece na agenda, o coração bate descompassado;
O "tum-tum" bagunçado se assemelha com as batida que ele costumava dar na epoca que ele batia feliz...
Enfim, tudo confuso e nostalgicamente triste me faz pensar se eu deveria ter escrito essas linhas acima, afinal não consegui suprir essa falta que o passado me faz, não consegui compreender meus próprios sentimentos e ninguém poderá me ajudar nem me proteger de mim mesma...


E todas as linhas acima se resumem num único fragmento:

"Há muito tempo não escrevo.
Tem passado meses sem que eu viva e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação intima de pensar e sentir.
Isto infelizmente não repousa: no apodrecimento há fermentação."
Fernando Pessoa.

2 comentários:

Juliano disse...

É incrivel o jeito que você coloca a sua vida em seus textos, parece que você esta falando da minha vida..Só que de uma forma feminina !

bjoooos

maria elis disse...

ao mesmo tempo que a nostalgia me visita, eu quero que o senhor futuro chegue logo.

beeijos ;*