segunda-feira, 29 de junho de 2009

Entre a morbidez e o calor do amor...


Estar com você é como subir aos céus, chegar perto de Deus e dormir em berço esplêndido;
Porque você me deixa em paz, me faz ser leve e me sentir como um anjo...

Mas de repente, enquanto estou dormindo em seus braços tranquilamente, sinto as chamas do inferno queimarem meus corpo enquanto o medo cala meus gritos de socorro...
Porque amar você me deixa assim, imóvel; Me deixa incapaz e me agonia, fazendo com que tudo á minha volta se desfaça em pedaços...
E porque meu amor por você ultrapassa a vida para se tornar mórbido e gelado, mas envolvente e sedutor...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

TransmissãO

Se minhas palavras fossem transmitidas pelos meus olhos, milhões de lágrimas escorreriam pela minha face;
Se minhas esperanças fossem transmitidas pelo meu corpo, ele se curvaria em sinal de desânimo;
Se minhas alegrias fossem demonstradas pelo meu sorriso, ningém nesse mundo veria meu sorriso se abrir;
Se meus ideais estivessem em minhas mãos, quando eu as abrisse, o vento só levaria poeira;
Se minha felicidade refletisse no brilho de meus olhos, com certeza eles estariam fechados;
Se minha vida fosse uma cor com certeza seria cinza;
Se o resultado das minhas paixões se mostrassem em meu coração, ele estaria quebrado, despedaçado de tanta emoção...
.
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"Se pudessem comprar minha confiança
com um tapinha nas costas,
já teriam comprado..."

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cotidiano fragmentado

Um vazio predomina o meu ser, não há nada que faça eu me sentir viva novamente;
Tudo me soa nostálgico e perfeito, me sinto sufocada, engasgada como alguém que tenta respirar embaixo d'agua, ou como num pesadelo, onde não se consegue acordar;
É num misto de impotência e frustração, vou tentando esperançosamente transmitir essa agonia constante, tentando transformar em palavras tudo o que me vem a cabeça, tudo o que sinto, tudo o que me frustra...
Mas as palavras insistem em escapar!!
Fogem de mim como areia escapando por entre os dedos das mãos!!
Tudo me tira a atenção, inclusive aquele mosquito que entrou pela janela da sala, e que fica rodeando a lampada á procura de calor...
Por falar nisso, estou com muito frio, olho para a janela, que está a meio metro do sofá, mas não tenho coragem de me levantar para fechá-la...
Hã! tudo me faz perder o fio da meada...
Tudo isso por falta do que pensar...
Olho uma foto antiga, daquelas que agente esquece na agenda, o coração bate descompassado;
O "tum-tum" bagunçado se assemelha com as batida que ele costumava dar na epoca que ele batia feliz...
Enfim, tudo confuso e nostalgicamente triste me faz pensar se eu deveria ter escrito essas linhas acima, afinal não consegui suprir essa falta que o passado me faz, não consegui compreender meus próprios sentimentos e ninguém poderá me ajudar nem me proteger de mim mesma...


E todas as linhas acima se resumem num único fragmento:

"Há muito tempo não escrevo.
Tem passado meses sem que eu viva e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação intima de pensar e sentir.
Isto infelizmente não repousa: no apodrecimento há fermentação."
Fernando Pessoa.