sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Escravo da desilusão.

"Acordo de repente sobressaltado como quem acorda de um pesadelo;
Acordo e sento- me na cama como quem dorme demais e está atrasado pra partir...
As mãos trêmulas vão aos olhos numa tentativa semi frustrada de desembaçar a visão ainda sonolenta e sonhadora.
Sinto um calafrio a percorre-me a espinha uma sensção de perda me invade o ser; Olho á minha volta á procura de vestígios e constatações observo tudo, minuciosamente como alguém que quer muito encontrar um erro...
Mas tudo esta exatamente igual...
O abajur de luz muito fraca, o guarda roupas abarrotado de lembranças, a mesa bem próxima à janela com algumas garrafas vazias,a adeira muito próxima à cama onde uma vitrola toca sem parar, o mesmo disco do Jhonny Rivers, tudo está exatamente igual, inclusive as bitucas do meu cigarro que sem cerimônia alguma foram jogadas ao chão...
Tudo igual...
Até eu ver na parede um retrato de nós dois juntos, abraçados e unidos como se nada pudesse nos atingir...
Meu coração acelera, num sinal quase inconsciente para só assim eu conseguir entender...
Você se foi...
Me deixaste durante a noite vazia e profunda, sumiste pela porta, sorrateira e silenciosa, partindo sem nem ao menos dizer adeus...
Oh mulher maldita, porque fizeste isso comigo?
Porque partiste durante a noite passada?
Ou seria na retrasada? Ou será que partiste na semana passada??
É aqui que uma dúvida cruel vem me invadir o ser...
As tantas garrafas embaixo da cama e as manchas de bebida no assoalho de madeira indicam descaso, indicam também que o tempo passou lentamente; As semanas se passaram tão lentamente que não as vi passar...
Agora só me resta a pergunta: Por quanto tempo mais devo esperar?”



Ele rabiscou essas palavras em seu caderno de anotações, rabiscou cada palavra tão rapidamente que suas letras garranchosas ninguém leria;
Ele não sabia que dia era, será quarta ou sexta e não saberia nem se era noite lá fora, se não fosse pela pequena brecha da janela onde se permitia adentrar luz...
Mas ela também não se importava com isso...
Agora que sua última garrafa chegara ao fim ele só se importava em se certificar de que ainda vivia...

Para logo após desejar a morte...

2 comentários:

Gi Veiga! disse...

Oi, tudo bem?
Adorei o post, infelizmente to de saida mas assim que possivel irei ler os outros, mas pelo o que li me indentifiquei muito, tá de parabéns.
Se der da uma passadinha no meu blog x] acho que você vai gostar.
Beijo.

Elisa disse...

Olá Viviane, td bem?



Sou Elisa Rojas, e estou trabalhando na Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) no Núcleo de Publicações/Educação, na elaboração de Cadernos de Apoio

e Aprendizagem de reforço escolar para os alunos do ciclo I e II do Ensino Fundamental, nas disciplinas de Português e Matemática.

Esse material será distribuído gratuitamente para os alunos da 1ª a 9ª série, de toda rede municipal de São Paulo.



Entro em contato, pois em uma das atividades de Português gostaríamos de publicar o texto abaixo que está no seu blog, é de sua autoria?



http://cartasdalua.blogspot.com



“Cartas que nunca te entregarei...”


Aqui jaz cartas...

Cartas, que o tamanho do meu amor me fez escrevê-las;

Cartas que muitas vezes sofrendo, escrevi;

Pois meus únicos amigos eram canetas e papéis;

Cartas, que eu gostaria que você tivesse as lido...

Mas acima de tudo são cartas...

Cartas que minha falta de coragem não me permitiu entregar a você...”





Certos de que sua compreensão e colaboração contribuirão para o reforço da qualidade do ensino público municipal, aguardamos seu retorno urgente, por favor.



Muito Obrigada,

Elisa Rojas
TV Cultura
2182-3296